Alma Grande no Meu País, © 2007
ISBN: 978-989-8652-16-4
Alma grande no meu país
Maravilhosa Maria
Meu botão de rosa
Angolano, filho de branco!
Angola nação em mim habita
Eterno sou o momento
Grandioso ventre que me geraste
Minha glória ser!
Ficarei registrado como sagrado
Acordo a meio da noite
Apetece-me chorar!
Aceito a tristeza
Foi em dia trinta
Fadado destino que me criaste
Existe um quadro por pintar
Ignorei os sinais
Sou o reflexo de tudo
Os navios atracam no meu porto
Espero que estas palavras
Sentado ao lado do povo
Lembro-me do acto de contrição
Os dias passam pelo meu olhar
Na festa das crianças coroadas (Natália Correia)
A deslizar pelas artérias, sangue rarefeito
Parti a vida em duas metades
Lágrima, porque congelaste o canto?
Entre as milhares de palavras
Tenho pena que o mundo
Serei deus da tormenta
Sou brilho de um ingente perdoar
Pensava eu que chorava por esta terra
Escrevo ao som de flautas e violinos
Somente a minha filha
Sonho pleno na ânsia de ser
Reconheço o cheiro da terra
Eu que choro os meus pela distância
Falem-me de Angola
Falem-me de África
Fico eu, ficas tu, ficamos todos
Fina-flor do paraíso
Meio Angolano há quem me chame
A minha bicicleta ficou partida
Ó, meu doce, meu docinho
Ser poeta é ser alimento
As lembranças que esqueci
Senhorinha, Senhorinha
No meio do mato assobia
Na noite em sepulto
Cobarde ao desviar o olhar!
Que mal tenha feito a Deus
Fecho os olhos e desejo
Ó espelho, não te reconheço
Tempo fui primeiro em quase tudo
Cara amiga Marly
Ainda sem perceber a condição humana
Reconheço em mim uma grande falha
Canso-me a conseguir
Em pouco tempo de lucidez
A inocência encomendou
Ó consciência,por que bates à porta?
Para tudo há uma conclusão?
O mundo nasce em mim
Gostava de tudo me lembrar
Gostava de viver
Fui um poeta em potencial
Três paixões de que sofria
Sei que vou ter saudades
Não admito que alguém me critique
A maior homenagem que me podem fazer
Louvo este povo que conseguiu preservar a terra
Esperança sagrada, mãe cheia de graça
Cegamente perdido
A minha princesa rodopia
Sonha-me, meu amor
Despido de tonalidade
Pela minha salvação
O meu pai voltou de Angola
Tudo está em vias de extinção
Órfão pela tristeza
Mundo, falta-te o diálogo
Meu amor estou cansado
Gostava de continuar a escrever
Se navego pelas ondas de um mar
Gostava que todo o poema
Afinal o que escrevo
Podem mandar-me prender
Tenho saudades da minha inocência
Africa minha
Podia ter sido tudo
Lembro-me quando criança
A mentira tornou-se de aço
Gostava de ser diferente, descrente do futuro
Ando à procura de mim
Este amor que timidamente
Faço-me ao teu olhar
Finjo a mentira
Raramente escrevo desta forma
Quando escrevo não me sinto inspirado
Por vezes, durante a noite
Não quero ser grande, luto contra esse pedestal
Porquê os amputados
Nunca consigo ser eu
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