Gostava de viver mil anos,
Para que pudesse guardar no infinito
Os inúmeros e infelizes enganos,
Que me mantêm preso e aflito.
Como vêem o peso que suporto
Nesta trilha sinuosa e torta,
Os carimbos do suspeito
Feito rótulos de uma sociedade ignota.
Gostava de ser eterno em registo
Nos papiros computáveis,
Para que o futuro nunca visto
Sentisse os chips afáveis.
E o pulsar gorgolejante
Em jeito de vulcão em erupção,
Nas montanhas das façanhas o gigante
A tombar pela grandeza do coração.