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Alves Pinto

Alma grande no Meu País 2, © 2008


Gostava de viver mil anos,
Para que pudesse guardar no infinito
Os inúmeros e infelizes enganos,
Que me mantêm preso e aflito.

Como vêem o peso que suporto
Nesta trilha sinuosa e torta,
Os carimbos do suspeito
Feito rótulos de uma sociedade ignota.

Gostava de ser eterno em registo
Nos papiros computáveis,
Para que o futuro nunca visto
Sentisse os chips afáveis.

E o pulsar gorgolejante
Em jeito de vulcão em erupção,
Nas montanhas das façanhas o gigante
A tombar pela grandeza do coração.





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