Quando as dores atracam no meu porto
Só me resta ser a intenção de um morto,
Olhar triste ausente numa atmosfera negra
Que persiste densa entre a madrugada que berra.
Num grito lancinante de loucura.
Ó dia, sinaliza-te para ver-te em certeza,
Estou cansado da noite escura
Que me acorrenta na sua avareza.
Vem, anilha-me a uma pomba,
Para lançar-me ao infinito
E do alto rebentar feito bomba.
Para a voz em alívio de grito
Vociferar a intenção luzente
Do meu olhar intermitente.
E conseguir a verticalidade
Neste momento de idade.