Sou o reflexo de tudo
O quanto a vida não quis,
Doutor, formado com canudo
A ensinar em quadro de giz.
Mas, em contrapartida,
Sou uma espécie de superstar
Que com a vida nunca sabe estar,
A travar a própria subida em ferida.
Sempre aberta, com o sangue
A esvair-se e a esvaziar as veias,
Que em desespero estanque
Solicita um torniquete a meias.
Mas nada acontece, senão o choque
Em notícia à família da sua morte.
Os amigos, esses ficaram na infância
Protegidos da condenação, em inocência.