Arranquei as raízes da terra
E surgi com as pernas cortadas.
Minha voz soluçada ainda berra
Na tentativa de as ver atadas.
Por um cordel mágico
Desfiado em jeito eterno.
Num carrossel imaginário
A ondular na incerteza.
Sem defraudar o olhar menino
Que ficou com a infância presa.
À espera que uma vela magica
Se apague em tristeza.
E que as lágrimas caídas
Reguem a terra, para que não mais.
Não mais nasçam crianças
Com a ideia das pernas amputadas.