Descalça vai para a fonte
Leonor pela verdura;
Vai formosa, e não segura.

Leva na cabeça o pote,
O testo nas mãos de prata,
Cinta de fina escarlata,
Sainho de chamelote;
Traz a vasquinha de cote,
Mais branca que a neve pura.
Vai formosa e não segura.

Descobre a touca a garganta,
Cabelos de ouro entrançado
Fita de cor de encarnado,
Tão linda que o mundo espanta.
Chove nela graça tanta,
Que dá graça à formosura.
Vai formosa e não segura.

• Ah! Minha Dinamene! Assim deixaste
• Alma minha gentil, que te partiste
• Amor é fogo que arde sem se ver
• Amor, que o gesto humano na alma escreve
• Busque Amor novas artes, novo engenho
• Descalça vai para a fonte
• Ditoso seja aquele que somente
• Enquanto quis Fortuna que tivesse
• Erros meus, má fortuna, amor ardente
• Eu cantarei de amor tão docemente
• Julga-me a gente toda por perdido
• Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades
• No mundo quis o Tempo que se achasse
• Quem diz que Amor é falso ou enganoso
• Se me vem tanta glória só de olhar-te
• Verdes são os campos