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Alves Pinto

Último Ciclo, © 2008


No meio dos passeios, as quitandeiras
E as tetas a balouçar na procura,
As bocas da fome sentadas nas eiras
À sombra da alma, árvore da frescura.

De reduzido, o seu raio de acção
O sol abrasador a queimar a pele,
Na falta de um natural peso de mão
A evitar maior sofrimento, que sele.

De, uma vez de todas seja
Uma caixa fechada onde não saia,
A mensagem fique decifrável na vela
Que há-de marejar ao fundo da praia.

Onde possa refrescar seus singelos pés
De princesa africana e partir pela estrada,
Na procura de saldar a vida de lés a lés
Na conta corrente inacabada.

O amanhã sempre com novas oportunidades,
O negócio da fruta, das hortaliças,
Obrigam a enganar com dificuldades
As matutinas dores de preguiças.

Sonham um dia ficar prostradas ao nada
E vegetar por momentos,
Na letargia de uma fada
Vestida de coloridos ornamentos.





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