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Gilberto Eco

Movimentos da Alma, © 2006


Silêncio acordado
Na hora dormita,
Em deserto percorre.

Pelas estrelas orientado,
Traça um rasto, a escrita
Feito monumento, a torre.

Onde o olhar distante
No horizonte roça,
Qual criança cantante
De menina moça.

Abraçada à inocência
Brada ao infinito,
Sonhos de adolescência
Feito mito.

Encarcerada em si mesma
A vontade de edificar,
A força desumana, suprema
Reprimida alegria, cantar,

Em silêncio acordada
Nas horas fugidias,
Em quarto fechada
De prantos e alegrias.



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