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Gilberto Eco

Movimentos da Alma, © 2006


Destino, menino
Solicita esmola ao mundo
Em jeito de lição,
Cresce com instinto
De sobrevivência,
Alimenta-se do pão
Incógnito, com ar faminto
Não oferece resistência,
Com o estômago cheio
E a alma aconchegada,
Dois abraços de peito
E a dor despistada,
Na hora de dormir
Usa a imaginação,
Fecha os olhos a sorrir
Com um brilho de emoção,
Um novo dia desponta
O horizonte brilhante,
Com orgulho um dedo aponta
Qual patente reinante,
De seu castelo altivo
Demanda ao povo,
Em seu reino sofrido
A hora da revolta de novo,
Luta, não morta
Resiste com força,
Contra a ideia torta
Pendurada na forca,
Julgada pelo tribunal
A voz disforme e maldita,
Luta contra a maré
Em diferente ritual,
E bem alto e de pé
Assiste, e acredita
Na sua ascensão triunfal.



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