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Gilberto Eco

Movimentos da Alma, © 2006


Em reduto sozinho
Chora-me a ferida,
De ser um pergaminho
Viandante embriagado da vida.

O adeus agarrado às paredes
Das lágrimas, retendo a vontade
De deslizarem pela face,
E gotícular pela rede.

Onde os mistérios escondidos,
A dupla face reflecte sombria
Cataratas em tempos idos,
Quando almejavam a luz do dia.

Fumo expelido, o cacimbo
A natureza saindo das entranhas,
Mortalhas de cachimbo
Ardendo futuras façanhas.

As ideias de infância
Iluminadas cegueiras,
Olhares de ignorância
A crepitar nas fronteiras.

A dor do mundo
A fritar, uivando em desespero,
Qual animal desferido
Assim ao teu lado me espero.

A partilhar os ais
Definhando e unindo as vozes,
Em álbum de originais
Em natal de nozes e albatrozes.

Prontas a ser mastigadas
Pelas bocas dos humanos,
Que percebam as angustiadas
Tristezas e colaterais danos.

Em vias paralelas
E sentidos contrários,
A dor e o amor em celas
Percorrem nossos imaginários.

Pelas avenidas de sangue
A cura não consegue infiltrar,
Uma barreira estanque
De regime militar.

Bloqueiam as artérias
Em jeito de seguranças,
Generais de caras sérias
Que não passam de crianças.

Fraldas da mudança,
Meninos que indicam
Os preceitos de liderança,
Aos Governantes que brincam.



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