Amor de perdição
Goza o momento,
Feito religião
Promessa e sacramento.
Fechado aos conselhos
Ignora a clarividência,
Os mais velhos
Em terna infância.
Brincam com os sentimentos
Em jeito desprendido e solto,
Por vezes a acompanhar fingimentos
Certos de um morto.
Em morgue de hospital
Estendido sobre maca,
A viver já em fase espiritual
E largar a esfera sacra.
A da carne e osso
A cheirar a presunto,
Ao ombro do moço
Para a cova defunto.
Na escrivaninha a defender
A razão e o assunto,
Vestimenta a esconder
Seu profundo pranto.