Brinca a vida
Em jogos de Carnaval,
Dança de sedução tingida
Gritos de prazer carnal.
As ruas movimentadas
O corpo endiabrado,
Ao ritmo de letras cansadas
Canta-se o corpo suado.
Extasiado deleita-se o momento
Em regime de conecção,
Ansioso de próximo proveito
No palco o director, dita acção.
Os actores representam arduamente
O dia de estreia à porta,
Nova plateia filamente
O lugar não importa.
Presença obrigatória do povo
Alimento da alma e coração,
Faltam à igreja de novo
Para dissolverem em ovação.
A hóstia debaixo da língua
Engana o amante,
Veneno em sangue desagua
Pela vala oxidante.
Beberrica pequenos tragos
O olhar inocente,
Provocam irremediáveis estragos
Aos dignos de gente.