Acordo a meio da noite
Em pranto de alma profundo,
Em jeito de gigante açoite
Bate-me e fico mudo.
A humanidade em silêncio
Ignora, ao passar,
As labaredas de incêndio
A crepitar no inocente olhar.
E eu, amarrado à minha vontade
Ainda não consegui desprender,
A angustia e a sinceridade
Dos que olham a socorrer.
Em súplica última
Vozes roucas soltam,
Gemidos contorcidos na cama
De rua que matam.