Sentado ao lado do povo
Inalo o suor dos séculos,
Puro sofrimento novo
Entranhado nos meus tentáculos.
Sensível às impurezas
Retraio-me ao contacto,
Já desgastam as incertezas
Pela dúvida do meu olfacto.
Certo estou em ser
Reconhecido pela cor,
O povo vai-me ler
E a cantar-me de cor.
Bradará aos continentes
A razão da existência,
Soltos amigos contentes
A brindar a inocência.
A vida na mais sublime elegância
De dança eterna,
Pura, em jeito de infância
À luz de caverna.