Ser poeta é ser alimento,
Alma da humanidade,
Que em ignorância ou fingimento
Abandona a sua condição de unidade.
Os seus gritam e eu berro,
Para, com os pulmões cheios,
Talvez consiga ser o enterro
No altar dos alheios.
E à mesa, em agradecimento ao Senhor,
Tenha pelo menos um brilho no olhar,
Por ter no prato da vida todo o amor
Que faz com que seja possível caminhar.
Em direcção ao esplendor,
Onde jaz em festa
A sociedade do novo rumor,
Onde figura a descoberta.