Sei que vou ter saudades
Do café curto na Nilo
E do desassossego ao pedi-lo.
Das zungueiras na rua,
A pregar o seu peixe
E ninguém que se queixe.
Sei que vou ter saudades
Desta gente simples a sorrir
Que não tem vergonha em pedir.
Do olhar em respeito,
Sim tio, sim paizinho,
Sempre com o seu carinho.
Sei que vou ter saudades
De muito mais, de tudo
O que o corpo negou em luto.
Mas não faz mal,
A alma ficará registada
Na voz de quem a quiser cantar.