Podia ter sido tudo.
Um professor conceituado,
Um atleta olímpico,
Um bêbado invertebrado
E até um padre imaculado!
Mas não, renunciei a tudo,
Nunca quis ser o que podia ser,
Nunca quis ter o que estava ao meu alcance,
Preferi sempre a ideia do futuro,
Tudo o que vive fora, em estado de transe.
Nesse hemisfério, é onde eu creio
Na mais profunda criação,
Com o meu habitual anseio
Permaneço inquieto pelo mistério,
Que se estende na minha visão.
Real ou ilusão, o que importa
É a alma não se sentir morta,
Na consciência de humanidade
Que ignora quem por ela geme
Na mais sepulta verdade.