Anseia a alma dormir eterna,
Seu corpo cansado e desgastado
Que fique sepultado e putrefacto,
Mas a ideia, não, não é enferma.
Será sempre uma estrela
A incendiar-se como um cometa,
O mundo fascinado sonhará ainda
Em desejo, uma via paralela e bela.
E eu, que sou tudo em excesso
Onde me encaixo? Talvez
Dentro de um caixão, despeço-me
Que chegou a minha vez.
Podem carregar-me ao ombro
Mas não me chorem, cantem
Com emoção, que eu em dobro
Vos sonharei, e não se espantem!