Viver é mentir, tudo é mentira,
A criança em receio de uma palmada,
O adulto em voz soluçada perante a amada,
Até eu minto, ao dizer que não sou nada.
Viver é verdade, tudo é verdadeiro,
A criança plena na quadra de natal,
O adulto em êxtase a dizer que é o tal,
Até eu verdadeiro, ao sentir que não sou nada.
Viver é tristeza, tudo é triste,
A criança que vê o seu pai partir,
O adulto que não consegue rir,
Até eu entristeço, ao ver que não sou nada.
Viver é alegria, tudo é alegre,
A criança que brinca eternamente,
O adulto que consegue ir em frente,
Até eu me alegro, ao reconhecer que não sou nada.
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