Sou o reflexo de tudo
Quanto a vida me ofereceu,
Um corpo devoto e mudo
Estendido sereno num museu.
Pela boca do instrutor
E em voz timbrada e pautada,
A razão de todo o meu fragor
A de sorte da minha bela amada.
Desterrado na ilha comunitária
Ardem outras mil almas,
A servirem à lava, a indumentária
Feito alimento e fermento às chamas.
Expelidas em cor negra e vermelha
As predilectas do inferno,
Em timbre de ordem a mortalha
Cinzas e pó de inverno.