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Alves Pinto

Alma Grande no Meu País, © 2007


O mundo nasce em mim
E morre a cada momento,
É a minha incapacidade de o reter
E faze-lo uma parte do fim.

É a minha natureza, tudo passa
E nada me pertence, apesar de tentar
Agarrar, tudo me escapa.

Como se em águas lodosas a escarpa
Virasse uma serpente, sou a transformação
Em figura de gente que está sempre distante.

Sempre a partir, sempre a chorar,
Sempre a renascer, sempre a perder,
Sempre a crer, sempre a tentar evoluir!

Sempre a criar, não uma filha
Como deveria ser, mas uma outra menina
Que habita na minha enigmática ilha.

E que faz de mim pura negligência
Nas dores do próprio intelecto,
Com os cancros precipitados em urgência.





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